A jornada de trabalho de 4 dias (escala 4×3) é uma realidade para milhões de trabalhadores do mundo todo. Para a maioria, no entanto, essa jornada ainda não passa de um sonho. Mas por que, exatamente, algumas empresas têm adotado este modelo? Será que ele traz benefícios para a empresa e para os colaboradores?
Neste artigo vamos abordar diversos aspectos relacionados à jornada de trabalho de 4 dias: a história das jornadas de trabalho, testes com jornadas de escala 4×3, a realidade brasileira e detalhes sobre o controle dessa jornada.
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Uma breve história da jornada de trabalho
As jornadas de trabalho na história, ao redor do mundo, já passaram por diversos contextos. Mas, para começar de algum lugar, vamos falar da Primeira Revolução Industrial, que aconteceu em meados do Século XVII na Inglaterra. Naquela época, milhões de trabalhadores se concentraram nas cidades do país para trabalhar nas primeiras indústrias.
Àquele momento, era muito comum que os funcionários trabalhassem por até mais de 16 horas por dia, com pouca ou nenhuma folga, recebendo salários muito baixos. Apesar das más condições de trabalho e de vida, a industrialização permitiu a redução do custo dos produtos. Logo, o consumo ganhou força e a vida nas cidades virou a realidade da maioria das pessoas.
As jornadas foram sendo gradativamente reduzidas a partir do sucesso de alguns movimentos grevistas. Porém, na época que o Fordismo tomou conta das linhas de produção das indústrias, no fim do Século XIX e começo do Século XX, ainda era muito comum que os trabalhadores ficassem, pelo menos, 12 horas nas fábricas, às vezes sem folgas.
A jornada de trabalho de 8 horas diárias, ao longo dos dias úteis, se consolidou principalmente a partir do fim da Primeira Guerra Mundial, dos anos 1920 em diante, em boa parte do mundo ocidental. Na Ásia, jornadas mais longas são uma realidade até hoje. Contudo, alguns países escandinavos, entre outros, experimentam hoje jornadas de quatro dias, quase sempre de segunda a quinta-feira.
O Brasil
O Brasil teve uma industrialização tardia. Mas, logo após o fim da escravidão e o processo de industrialização, as coisas por aqui seguiram uma lógica muito parecida com a dos países ocidentais. Na verdade, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada no Governo Getúlio Vargas, foi por muito tempo considerada uma das legislações mais modernas, descrevendo obrigações e deveres, como férias, 13º salário, entre outros.
Em 2017, a CLT passou por uma necessária modernização com a Reforma Trabalhista. Patrões e funcionários ganharam mais flexibilidade para negociar condições de trabalho, enquanto o trabalhador teve mais liberdade para tirar suas férias e trabalhar de maneira autônoma e intermitente. Os processos de contratação e demissão também foram simplificados.
Quando e onde começaram os testes da Jornada de Trabalho de 4 dias?
A ideia de uma jornada de escala 4×3 começou a ser implementada recentemente em diversos lugares. Em muitos deles, a lógica é de uma implementação gradual e parcial. Um dos países pioneiros onde o experimento foi feito é a Nova Zelândia, onde, desde a década passada, dezenas de organizações já utilizam este formato. As companhias, de maneira geral, afirmam terem notado uma melhora, tanto no desempenho, como no nível de satisfação dos funcionários.
A França também foi um país vanguardista no que diz respeito à redução da jornada de trabalho, com iniciativas datando ainda da década de 1990. Contudo, não se tratava exatamente da exclusão de um dia da semana de trabalho, mas sim, da diminuição da jornada semanal para 35 dias. A legislação foi alterada em 1998.
Puxada principalmente por empresas do ramo do TI e de tecnologias similares, iniciativas de jornada de trabalho de 4 dias foram testadas ao redor do mundo. Uma iniciativa muito conhecida foi feita pela subsidiária japonesa da Microsoft. Na ocasião, a empresa testou a semana de quatro dias por alguns meses e notou o ganho de produtividade nos colaboradores.
Por fim, o exemplo da Suécia também é bastante interessante. Um lar de idosos decidiu trabalhar com a jornada de escala 4×3 junto a seus colaboradores por cerca de dez anos. Ainda que a produtividade realmente tenha melhorado entre os funcionários, o custo da empresa aumentou, pois foi necessário contratar mais gente. Escócia, Islândia, Bélgica, Japão e os Emirados Árabes Unidos também têm experiências similares.
Como está a Jornada de Trabalho de 4×3 no Brasil?
No Brasil, não há nada na legislação trabalhista que impeça ou que obrigue empresas a ter uma jornada de trabalho de 4 dias. Porém, também influenciadas por empresas do exterior, organizações brasileiras testaram o modelo de quatro dias, com diferentes resultados. Assim como fora do Brasil, aqui os experimentos são puxados por startups e empresas com modelos de trabalho disruptivos.
CEOs e gestores destas companhias já divulgaram resultados e suas opiniões sobre o assunto nas redes sociais. Em um caso, uma empresa da Faria Lima retornou ao modelo convencional após notar perda de desempenho. No entanto, outra startup, que opera completamente no modelo remoto, notou que os funcionários tiveram um ganho considerável de performance após a semana de trabalho ser reduzida.
A tendência é que a ideia ganhe força no mercado brasileiro, mas o modelo não parece ser facilmente aplicável a todo e qualquer tipo de empresa.
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Quais as vantagens e desafios da Jornada de Trabalho de 4 dias?
Em geral, a jornada de trabalho de quatro dias é vista como uma medida que traz mais vantagens do que prejuízos para as empresas. Mas, o modelo precisa ser implementado com cuidado e planejamento.
A principal vantagem do modelo é justamente o ganho de desempenho individual por parte dos colaboradores. Isso se dá, principalmente, pelo fato de o trabalhador passar menos tempo envolvido com atividades relacionadas ao trabalho: ao ter mais tempo para se dedicar ao lazer, à família e outros compromissos pessoais, o colaborador também se sente melhor para trabalhar.
Além disso, em muitas empresas que experimentaram a novidade, a semana de trabalho reduzida serviu como incentivo para mais produtividade e menos procrastinação, de forma que o funcionário sentiu-se motivado a fazer mais em menos tempo.
Porém, é um modelo que também envolve profunda adaptação, não apenas à jornada de trabalho em si, mas também à cultura organizacional. Os colaboradores precisam de instruções, a fim de compreender que ter um dia a menos de trabalho não significa a abertura para render menos. Que isso é, também, uma decisão estratégica.
Além disso, é preciso haver alinhamento entre empresa e funcionários em casos específicos, nos quais, a redução da jornada pode significar ganho de custos. Em modelos de negócio 24 horas, por exemplo, tirar um dia da jornada de trabalho exigirá provavelmente a contratação de mais pessoas. Neste caso, é preciso avaliar o contexto específico da organização.
“Vida Além do Trabalho”: outro movimento para alterar jornadas de trabalho no Brasil
Outro movimento que ganhou muita visibilidade no contexto dos direitos trabalhistas do Brasil é o Vida Além do Trabalho (VAT). Dentre as várias demandas que o movimento reivindica, está o fim da jornada 6-1. Ou seja, a jornada de trabalho na qual o trabalhador fica ativo por seis dias e tem um dia de folga. Normalmente, a pessoa trabalha de segunda a sábado, folgando o domingo.
O movimento argumenta que um único dia de folga é insuficiente para o trabalhador ter vida além do trabalho. Cansado de seis dias de serviço, a pessoa conseguiria apenas ter um descanso parcial no domingo de folga, sem ter direito a lazer, por exemplo.
Criado há quatro meses pelo jovem influenciador Rick Azevedo, na rede social TikTok, e ampliado para outras redes sociais, o VAT já supera 1 milhão de curtidas em seu vídeo inicial, e tem centenas de milhares de adeptos nas demais mídias.
Como fazer controle dessas jornadas de trabalho?
Independentemente do tipo de jornada de trabalho que a empresa decidir adotar para seus colaboradores, é necessário manter um controle total do ponto, da frequência, entradas e saídas dos colaboradores. Apenas com um sistema robusto, como o da MarQ., a sua empresa conseguirá ter a gestão necessária do ponto, não apenas para monitorar desempenho dos funcionários, mas também, para evitar erros e irregularidades que causam problemas jurídicos.
As soluções da MarQ. já são responsáveis pelos controles de jornadas mais diversos, em centenas de empresas Brasil afora – incluindo jornadas de trabalho de 4 dias – com diferentes escalas, com ou sem banco de horas. São menos custos e mais tempo para o RH dedicar para atividades realmente estratégicas para o futuro da empresa.
Além disso, as funcionalidades da plataforma atuam em diversos aspectos da experiência do colaborador dentro da sua organização, desde antes mesmo da admissão desta pessoa nos cargos da corporação. Tudo feito de maneira online e fácil de usar, até para leigos, e compatível com computadores, tablets e smartphones.
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